"Nos últimos anos, Portugal tem dado passos importantes no reforço do reconhecimento dos direitos humanos e na promoção da igualdade. No entanto, é visível que o discurso de ódio e comportamentos discriminatórios está a aumentar em espaços públicos e no digital.
Esta tendência manifesta-se de várias formas: palavras, atitudes ou comportamentos que incitam hostilidade e violência com base em características como etnia, cor da pele, deficiência, orientação sexual, género ou identidade de género, religião ou nacionalidade. O aumento da discriminação tem efeitos profundos, afetando não só a vida das pessoas visadas, mas também a coesão da sociedade como um todo. A regularidade deste tipo de discurso enfraquece os valores de respeito, igualdade e convivência pacífica, fundamentais para uma sociedade democrática e justa.
O discurso de ódio não é apenas uma questão de palavras ofensivas — este contribui diretamente para a exclusão social. Está muitas vezes ligado à disseminação de estereótipos e desinformação, criando ambientes onde a discriminação é tolerada ou até incentivada. Este tipo de discurso pode ser o primeiro passo para atitudes mais violentas e tem consequências reais para as pessoas que experienciam estes ataques ou discriminações.
É essencial que a sociedade e as instituições reajam de forma firme e coordenada, com ações que promovam a inclusão, a responsabilidade e a cidadania ativa."
https://www.amnistia.pt/odio-nao-e-opiniao-carta-aberta-contra-a-discriminacao-em-portugal/
